quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Errata atrasada


No ultimo emeio com as folhinhas que mandei para lista passarazzi, acabei mandando a folha de maio com uma identificacão equivocada. Me desculpem, deve ser porque o trabalho terminou tarde...

A ave que aparece na folhinha de maio enviada antes não é um Suiriri e sim um parente tambem da numerosa familia Tyrannidae um Irré (Myiarchus swainsoni).


Por sorte um amigo muito "passarinheiro" da lista observou bem e chamou a atenção, então estou enviando a folhinha de maio agora correta com o Suiriri (Tyrannus melancholicus).

Tyrannus correto ainda em primeira mão.


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Calendario 2013






















A Gráfica Continente resolveu me convidar para juntos
imprimirmos um calendário com algumas aves.
A ideia evoluiu e segunda feira 3/12/12 iniciamos a impressão. 
O resultado foi uma seleção de bons registros que publico aqui
em forma de folhinha virtual.
As fotos passarazzi e o design são meus e a producão
gráfica da equipe da Gráfica Continente.





















o calendário de mesa tem duas faces com a mesma ave como estas duas de janeiro...

depois segue a sequência do ano apenas da face onde a foto da ave é maior:






Esta legenda causou o protesto de um querido amigo que dizia como é que pode um passarinho tão lindo com um nome tão feio, mas expliquei que o nome certo era mesmo o que ele dizia ser: Saíra preciosa, mas que a informação estará no outro lado do calendário.









terça-feira, 9 de outubro de 2012

No ar o site: avesdesantacatarina.com.br



Bióloga  Lenir Alda doRosário  observando pássaros que se reproduzem na baía Sul
foto Débora Klempous/ND

A nossa principal autora sobre a avifauna catarinense, a bióloga Lenir Alda do Rosário, vem acumulando um banco de dados imenso nos seus mais de trinta anos como cientista nessa área.
Esses dados foram transferidos para um programa e posteriormente transformados na página


Uma excelente ferramenta para os pesquisadores e/ou amantes das aves.
Parabens a querida Lenir que sempre nos inspira a conhecer mais, e a toda equipe envolvida.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Zé Carioca

(este artigo esta saindo em breve em lingua italiana no jornal Il Ridotto de Venezia, saiu antes aqui no passarazzi...)

Para ler no Il Ridotto clique aqui: Ze Carioca


Serão as aves inteligentes?
Algumas espécies são capazes de dar voltas na Terra, guiando-se, de alguma forma, por forças telúricas ou talvez pelas “linhas” do campo magnético do nosso planeta.

Mas isso não teria propriamente a ver com inteligência e sim com instinto ou, até mesmo, alguma resposta física involuntária.

Algumas aves, por exemplo, aprendem truques como os cães de circo, condicionados pavlovianamente. Mas algumas espécies, como os papagaios, falam. E falam bem.

 Noutro artigo postado aqui no Ridotto, contei a historia de um galeão que levava do Brasil para a Europa uma preciosa carga: pau-brasil, 3000 peles de onça e 600 papagaios, alguns falavam palavras em francês. Tudo isso anotado no rol de um processo por pirataria para apreciação do Papa.


Várias espécies de papagaios e araras são falantes e reproduzem a língua que lhes for ensinada. Outros psitacídeos também se enquadram na categoria dos bons imitadores, porém a imitação não é muito bem um sinônimo de inteligência e muitas vezes é associada à “macaquice” - o que de certa forma diminui a capacidade mental dos nossos parentes mais próximos: os primatas.

Mas voltemos às aves.
Seriam algumas delas inteligentes?

Apesar de existirem corvos e outras aves falantes, os papagaios parecem ser os mais associados à tagarelice, são os falastrões do reino das aves. Zé Carioca foi um personagem criado por Walt Disney como um tipo brasileiro no filme “Alô Amigos!” -trailler , que contou ainda com Carmen Miranda. 

Contracenando com Donald Duck, o papagaio Zé Carioca consegue falar muito mais do que o famoso pato neurastênico, e tagarela quase todo o tempo em que está em cena. Talvez, por serem tão falantes, os papagaios sejam os mais utilizados por cientistas da linguagem e da cognição nas suas experiências.









Alex
 
Entre as diversas espécies de psitacídeos utilizadas nestes estudos estão os papagaio-cinzentos, ou papagaio-do-congo (Psittacus erithacus), ave africana muito popular como animal de estimação no mundo todo justamente por ser muito falante.

É notória a fama dessa espécie que, ao ouvir um telefone tocar, diz “Alô?!” em vez de imitar o som do toque do telefone. Supomos que isso se dê por associação.

Um dos estudos que mostrou que os papagaios não apenas repetem os sons como são capazes de compreendê-los foi com o Alex, um Psittacus erithacus que viveu de 1977 até 2008. A história da vida dessa ave lança alguma luz sobre a nossa pergunta – seriam as aves inteligentes?

Alex foi criado desde seu primeiro ano pela psicóloga Irene Peppeberg, pesquisadora das universidades Brandeis e Harvard. A longa “parceria” de Alex e Irene rendeu grandes avanços na área de cognição das aves e evolução da linguagem no cérebro.

O papagaio foi sempre estimulado, aprendendo grupos de palavras, pequenas contagens, formas e cores que ele colocava em categorias conforme o aprendizado. Ele falava mais de cem palavras e contava até seis começando do zero – e ainda estava aprendendo o sete! É um vocabulário maior do que o de alguns homens públicos de hoje em dia…

Por isso, Alex sempre se destacou nos ambientes científicos por onde passou. Existe uma série de relatos sobre sua notável “inteligência” que o mostra corrigindo outros papagaios no laboratório e instruindo-os a falar melhor sem gaguejar. Ou ainda, reclamando entediado dos pesquisadores por algum exercício aborrecidamente repetitivo e pouco estimulante.

Todo esse avanço, gerado com os 30 anos de ininterrupta “educação”, transformou Alex num papagaio genial, mas não chegou a torná-lo igual a uma criança pequena que já possui uma lógica básica e capacidade de generalização elementar.


Corvus

Outro exemplo de inteligência avifaunística é a família Corvidae, que possui os maiores indivíduos de toda ordem dos passariformes. Talvez seu tamanho influencie no fato de ser dotados de um aparelho cognitivo que proporciona fazer coisas que são supostamente sinais de inteligência.  Na literatura, os corvos são notoriamente considerados aves astutas, mesmo que na famosa fábula de La Fontaine, O Corvo e a Raposa, a astúcia fique com a raposa, e, ao final, o Corvo enganado jura que não o pegam mais naquele golpe, pois havia aprendido a lição.



Espalhados por toda zona temperada do planeta, algumas espécies são chamadas localmente de gralha. 
Aqui no sul do Brasil observamos a Gralha azul Cianocorax caeruleus.
Todos os tipos de Corvos mostram habilidades para resolver seus problemas de sobrevivência de forma verdadeiramente engenhosa e adaptada. Alguns Corvos urbanos que comem sementes difíceis de quebrar deixam-nas cair no meio do trânsito para que os carros as quebrem e depois vão buscar o conteúdo.

Eu desconheço, mas deve haver algum Alex entre os corvos-da-nova-caledônia (Corvus moneduloides), pois são os que se saem melhor em testes específicos de inteligência animal.


Vi um filme “científico” aparentemente verdadeiro e sem montagem, do qual infelizmente não me lembro da fonte ou da espécie de Corvidae, mas que mostrava um Corvo negro e grande acompanhando um homem na beira de um lago. Ele mostra um alimento ao pássaro, amarra num barbante e joga o alimento dentro da água. O Corvo observa toda a ação do homem que, em seguida, se afasta saindo de cena.

Após uns segundos olhando o homem, o barbante e o lago, o pássaro puxa o barbante várias vezes com o bico até chegar ao alimento que estava submerso e, portanto, supostamente fora das vistas ou inacessível.

Talvez por sua aparência escura, hábitos necrófagos e paladar pouco exigente, mesmo demostrando habilidades muito além da fala, eles são considerados portadores de maus presságios nas mitologias, e o mais famoso dos Corvos é aquele escuro e soturno da literatura que disse: Nunca mais! No cinema de Pasolini outro Corvo dá conselhos a dois franciscanos perdidos…

Mas é o papagaio novamente que nos faz pensar sobre a nossa questão inicial, depois de 30 anos de convivência com a pesquisadora, numa sexta-feira, na última noite de Alex neste planeta, um pouco antes de dormir, ele falou para Irene:

“Você é legal. Vejo você amanhã. Te amo.” 
Inteligência emocional?  

Neno Brazil
Ilha de Sta, catarina
julho 2012

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Passarazzi no livro PALHOÇA viva cada paisagem

O publisher Neno Brazil entrega a obra ao prefeito Ronério Heidersheidt

O arquivo passarazzi participa de um trabalho recém realizado, trata-se do livro sobre o município de Palhoça - PALHOÇA viva cada paisagem – uma obra visual que procura abarcar toda a costa palhocense com um olhar focado na natureza e sua sustentabilidade.


Ao mostrar a bela natureza palhocense sublinhamos algumas paginas com as aves que habitam os maguezais, rios, matas e montanhas do município.

Na editoração contei com a parceria dos fotógrafos Rooney Rech e Renato Gama e além deles o livro conta ainda com fotos de Renato Sehn e Renata Sehn, Walmor Oliveira, Dário Lins, Flávio Vidigal, Thiago Santos, J. Müller, Osvaldir P. da Silva e o arquivo do tradicional fotógrafo de Palhoça o Sr. Gedalvo José dos Passos. As fotos do alto do Cambirela foram cortesia do Bruno e da Francine do blog doismalucospornatureza. E não podemos esquecer da turma do texto, Antônio Alemão Dourado , Silvia Argenta que corrigiram e orientaram meu texto e Maria del Rosario e o Jeffrey Hoff que verteram para o espanhol e o ingles, excelente equipe.


A Prefeitura está agendado o lançamento do livro em Palhoça  nesta quinta-feira dia 21/06 as 20:00hrs no Showroom da Cidade Universitaria Pedra Branca.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Reportagem do Jornal Notícias do Dia sobre Corujas fala do blog.


Simpáticas vizinhas: símbolos da sabedoria, corujas são ferozes na hora de proteger a prole


Publicado em 19/05-11:43 por: Paulo Jorge Pereira Cassapo Dias Marques.













Remanescentes. Corujas perto do local onde vários ninhos foram fechados, no Norte da Ilha - foto Fernando Mendes/ND
São aves de rapina, mas não há quem não se encante com as corujas a ponto de, se pudesse, levar uma delas para casa. De fato, é difícil não ser atraído pela bela plumagem, pelos olhos grandes, inquiridores, pela sua capacidade de voar em silêncio, pelo senso de territorialidade, pelo hábito de proteger os filhotes com um rigor de fazer inveja a outras espécies. E, também, pela facilidade de girar a cabeça até 270º, atributo que aumenta a eficácia na vigília permanente com que defendem a prole e a si mesmas.
Essas aves ganharam o noticiário local há cerca de um mês, quando vários ninhos de corujas-buraqueiras, as mais conhecidas na Ilha de Santa Catarina, foram fechados num grande estacionamento de Jurerê Internacional. Os protestos ainda estão lá, em cartazes que chamam de “assassinos” os mentores da ideia, mas as corujas remanescentes também continuam na área, geralmente em grupos de três ou quadro, dominando a paisagem.
Basta dar uma volta pela Ilha, pródiga em pastos e baixios, para encontrar exemplares observando de cima, em postes, cercas e moirões, ou andando pelo chão, com sua característica autoridade e ar de poucos amigos. Ao lado da Biblioteca Universitária da UFSC, no bairro Trindade, existe um ninho mais velho do que muitos servidores da instituição. “Há 32 anos, quando entrei aqui, a gente já ia para a janela espiar as corujas”, conta a diretora da casa, Narcisa de Fátima Amboni. “E nada mais justo do que elas estarem aqui, pois historicamente são símbolos de nobreza e sabedoria”.
Na Cachoeira do Bom Jesus e no Rio Vermelho, com muitas áreas ainda desocupadas, também é fácil encontrar essa espécie cujo nome científico é Athene cunicularia. No Brasil, há 22 espécies de corujas, Santa Catarina conta com 17 e a Ilha, com sete.
Homem é o maior predador
A bióloga Vanessa Tavares Kanaan, que tem doutorado nos Estados Unidos e faz pós-doutorado em Ecologia na UFSC, não lida apenas com corujas, mas sabe que elas são vítimas frequentes das ações humanas, que provocam a perda de habitat pela expansão agrícola e imobiliária, destruição de ninhos, atropelamentos, maus tratos e intoxicação por agrotóxicos. Por estarem no topo da cadeia alimentar, elas têm poucos predadores naturais, sendo o homem o seu maior inimigo. “A coruja-buraqueira também costuma forrar o ninho com estrume, o que atrai insetos que servem de alimento e faz com que os machos, responsáveis pela busca da comida quando há filhotes, se mantenham mais próximos e reforcem a segurança da prole”, diz Vanessa.
De modo geral, as corujas possuem uma audição muito apurada e a facilidade de girar o pescoço aumenta o seu campo visual, facilitando a caça – roedores, répteis, insetos, anfíbios e pequenos mamíferos – e a identificação de predadores. Monogâmicas, se reproduzem entre março e abril, normalmente. A bióloga aposentada Lenir Alda do Rosário destaca que as corujas são exímias caçadoras noturnas e têm ouvidos adaptados para selecionar no interior da mata o que lhes interessa comer.
Amor aos pássaros, sem alarde
Ir atrás de “corujólogos” é uma tarefa ingrata, porque não existem tantos especialistas numa área tão específica. O que há são ornitólogos, biólogos atraídos pelos hábitos das aves e os diletantes, amantes dos pássaros e de sua capacidade de despregar-se do chão – coisa que os homens só conseguem empuxados pela força das turbinas. Mas é nessa lida quase solitária e sem mídia que podem ser encontradas grandes figuras que analisam a rotina, criam bancos de dados e jogam na internet imagens e informações sobre aves dos mais diversos tipos e procedências. E há quem vá além disso, devolvendo ao seu habitat exemplares de espécies cada vez mais raras na natureza.
Um exemplo é a bióloga e psicóloga Vanessa Kanaan, que coordena o grupo Espaço Silvestre, vinculado ao Instituto Carijós. O feito dessa equipe é a reintrodução do papagaio-de-peito-roxo (amazona vinacea) no Parque Nacional das Araucárias, localizado nos municípios de Ponte Serrada e Passos Maia, no Oeste catarinense.
“Durante o período pré-soltura os animais são treinados para procurar e manipular itens que compõem sua dieta natural, voar satisfatoriamente e evitar humanos e outros predadores”, diz a bióloga Joice Reche Cardoso, cujo mestrado tem como foco a preparação comportamental das aves. Dados biométricos e peso corporal são coletados. Após um tempo de ambientação no local da soltura, os que se adaptarem são soltos, passando a ser acompanhados por meio de rádio-colares. E uma campanha de educação ambiental com a comunidade do entorno do parque completa o programa, que tem apoio da UFSC, Fundação O Boticário e outras empresas e voluntários, como Cristiane Martin (ela tem participação ativa como voluntária no Espaço Silvestre). Resultados parciais e notícias sobre o projeto estão no www.facebook.com/espacosilvestre. (PCS)
Publicitário e seu blog bem animal
Não é menor o carinho que o publicitário Neno Brazil dedica às aves, seja as daqui, seja as do Uruguai ou da Patagônia, para onde costuma viajar. “Sou um amador, mas tenho o prazer de bisbilhotar a vida dos pássaros”, afirma. Há 16 anos, quando visitou a Costa Rica e comprou um guia de aves, começou uma aventura que dura até hoje – fotografar todos os pássaros que pode, postando fartas imagens e informações no blog www.passarazzi.blogspot.com. Ele chegou a lançar um guia de mão (já esgotado) com aves do litoral catarinense e manda fotos e textos para uma publicação cultural chamada Il Ridoto, editada em Veneza, na Itália.
Neno também fez um trabalho sobre as lontras da Ilha para o Instituto Eco-Brasil e trabalha com direção de arte no cinema. Sua última empreitada foi no curta metragem “Astheros”, dirigido por Ronaldo dos Anjos em 2010. Em relação às corujas, que têm espaço cativo em seu blog, ele se diz mais animado, porque, assim como outros pássaros, elas estão menos assustadas que no passado. “Antigamente os meninos caçavam mais, porque não tinham computador”, constata. “Hoje, eles são menos passarinheiros”.














Apego. Bióloga aposentada Lenir Alda do Rosário vem há anos observando pássaros que se reproduzem na baía Sul
foto Débora Klempous/ND

Banco de dados em construção
Trabalho árduo também é o realizado ornitóloga e bióloga aposentada Lenir Alda do Rosário, que está montando um banco de dados reunindo os registros do seu livro “Aves de Santa Catarina”, lançado em 1996, e de outros pesquisadores e observadores da nova geração. “Creio que no tempo da informática esta é a forma mais dinâmica para organização e atualização de informações sobre o tema”, diz ela. Lenir quer ajudar estudiosos, consultores do setor ambiental e educadores, permitindo que insiram registros inéditos no site www.avesdesantacatarina.com.br, que espera colocar em breve no ar. A obra publicada da bióloga mostra, por exemplo, como a construção do aterro da baía Sul, no Saco dos Limões, alterou os hábitos e a variedade de pássaros que se acasalam na região.
Nas corujas, ela destaca a elegância e as plumas coloridas em forma de raios, que contrastam com sua fama de agourentas. E alerta para a ameaça representada pela ocupação dos morros, abertura de estradas, novos condomínios, queimadas e a ampliação das atividades nas pequenas propriedades agrícolas.
Se Lenir do Rosário luta para reunir todos os registros que pode, 13 papagaios-de-peito-roxo, espécie ameaçada de extinção, foram monitorados durante sete meses após a soltura pelo pessoal do Espaço Silvestre no Oeste do Estado e demonstram estar adaptados à vida livre. Outros 30 indivíduos serão soltos no mesmo parque no segundo semestre de 2012.